O dono de escravos
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Filemom, versos 15 e 16: “Talvez ele tenha sido separado de você por algum tempo, para que você o tivesse de volta para sempre, não mais como escravo, mas, acima de escravo, como irmão amado”. Filemom, a quem Paulo se referiu como “amado cooperador” (v. 1) e em cujo lar a igreja se reunia (v. 2), era um proprietário de escravos. Ele possuía pelo menos um escravo, Onésimo, que fugiu e encontrou Paulo na prisão, onde decidiu se tornar cristão. Como pode ser? Não é isso uma contradição, um paradoxo? Alguns anos atrás, liguei a televisão para assistir ao noticiário e acompanhei uma reportagem que me deixou chocado e ao mesmo tempo horrorizado. A câmera captou imagens de uma exposição fotográfica do vil capítulo da história norte-americana que ocorreu desde o fim do século 19 até o início do século 20: a era do linchamento. As fotografias me deixaram revoltado e uma em especial ainda permanece nitidamente em minha mente. Ali está um grupo de homens e alguns meninos inclinados sobre o parapeito de uma ponte, fitando a lente da câmera fotográfica. Em sua face não há nenhum sinal de vergonha ou remorso. Atrás deles, um corpo carbonizado pendurado por uma corda amarrada no tronco de uma árvore. Na sequência, mostrou-se a fotografia de um cartão-postal expedido no dia seguinte com a inscrição: “Fizemos churrasco ontem à noite.” O que dizer da escravidão na época de Paulo? Quem sabe tenha sido diferente. Sim e não. O Império Romano era mantido através da escravidão. Grande porcentagem da população era composta de escravos. Ao contrário do que aconteceu na América, a escravidão na época de Paulo não tinha base étnica. As pessoas se tornavam escravas pelo fato de nascerem de pais escravos, por meio da pirataria ou por causa de dívidas. A condição dos escravos variava muito. Alguns escravos eram altamente educados, tutores, filósofos ou músicos. Gerenciavam comércios ou empresas e administravam províncias. Os proprietários de escravos, porém, tinham poder absoluto sobre eles. Os escravos não tinham permissão para adquirir bens, não podiam se casar legalmente e poderiam ser separados da esposa e dos filhos caso o proprietário assim desejasse. Não tinham direito à justiça, nenhum lugar para fugir e pedir asilo. A escravidão era uma escola em que se aprendia a covardia, a lisonja, a desonestidade e a mais baixa imoralidade. Filemom, o querido amigo de Paulo, era proprietário de escravo. Como isso foi possível? Porque a prática não caminhava de mãos dadas com o conhecimento. O evangelho da graça ainda não dominava completamente a vida dele. No próximo programa vamos continuar falando sobre esse assunto. Reflita sobre ele e ore comigo agora: Senhor Deus, eu quero que a prática caminhe de mãos dadas com o conhecimento. Eu quero que o evangelho da graça domine completamente a minha vida e a vida de cada um de meus ouvintes. É o que eu peço em nome de Jesus, amém.
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Filemom, versos 8 e 9: “Por isso, mesmo tendo em Cristo plena liberdade para mandar que você cumpra o seu dever, prefiro fazer um apelo com base no amor”. Paulo tinha um escravo fugitivo em suas mãos. De alguma forma, Onésimo encontrou Paulo na prisão, ouviu as boas-novas de sua boca e decidiu...
Published 12/03/19
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Published 12/01/19
Filemom, verso 12: “Mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração”. A carta mais curta escrita por Paulo e que sobreviveu até a era moderna talvez seja a mais bela de todas. Na carta enviada a Filemom vemos a graça irradiar em cada verso. Trata-se de uma mensagem curta, muito...
Published 11/30/19