“Os meus sogros perderam tudo dentro de casa em Guaíba. Meu sogro contou que saiu com a água pelo pescoço, a nado. Antes de sair ele viu o porta-retratos da neta na estante e quando viu ela sorrindo, voltou para buscar a foto dela” conta a psicóloga Arieli Groffi em entrevista à Rádio Gaúcha.
Solomar Krüger não tem pernas, amputadas pela diabetes. Não tem cadeira de rodas, arrastada pela enchente. Não tem casa, alagada até o teto. No início de maio acordou de madrugada com a água já no colchão. Pulou para cadeira de rodas que já estava boiando. Se agarrou no corrimão e esperou: “A água começou a subir, aí eu olhei pro céu e disse ‘bah, Senhor, me receba aí que eu já tô indo’. Eu ia morrer, estava com a água no pescoço. Aí apareceu um jetski."
São milhares de relatos como esses que se unem, compondo um panorama completo do que foi, e está sendo, a grande enchente de 2024.
Acredito que para todos, mesmo aqueles que estão aqui no Rio Grande do Sul, vivendo esta tragédia, é difícil compreender a dimensão e as proporções do que está ocorrendo. São dias que parecem todos iguais e ao mesmo tempo dias que parecem meses. Por isso, decidimos trazer textos de duas mulheres que conseguiram expressar em palavras um pouco do que estamos enfrentando.
Cada contribuição que recebermos na Orelo ou Apoia.se será integralmente destinada às iniciativas de socorro e reconstrução das áreas afetadas. Abaixo, algumas instituições para as quais vocês podem doar diretamente:
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Quilombo dos Machado Pix:
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Casa de acolhimento e abrigamento de Mulheres em situação de violência | Pix:
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Instituto Colo de Mãe abrigo para crianças PCDs e suas famílias | Pix:
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Resgatto - resgate, reabilitação e adoção de gatinhos | Pix:
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Santuário Voz Animal | Pix e Paypal:
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