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Não é só no Brasil que as comemorações do Carnaval são levadas à sério. Em Lisboa, embora algumas tradições tenham ficado pelo caminho, são muitos os foliões que saem às ruas para celebrar. Para animar ainda mais a festa, a tradição carioca dos blocos de rua veio para ficar, arrastando uma multidão maior a cada ano.
Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Lisboa
Leonardo Mesquita, fundador do bloco Bué Tolo, decidiu trazer um pouco do Carnaval do Rio de Janeiro para a capital portuguesa nos moldes dos famosos blocos cariocas. À RFI, ele explicou sobre a origem da iniciativa.
"O Bué Tolo nasceu em 2018, da necessidade de criarmos aqui alguma coisa parecida com o Carnaval de rua do Rio de Janeiro, porque nós, os brasileiros cariocas que viemos para cá, ficávamos órfãos nesta cena que não tinha nada a ver com a nossa cara, com o imaginário do Carnaval carioca. Foi então que surgiu a ideia de homenagear o Boi Tolo que é um bloco muito tradicional do Rio, que arrasta multidões. Adaptamos para Portugal com o Bué Tolo, que aqui é uma gíria que significa 'muito'. Achamos que seria interessante criar este nome”, diz Leonardo Mesquita.
A folia do lado de cá do Atlântico não acontece apenas durante o Carnaval. O Bué Tolo organiza workshops e eventos durante todo o ano. "Desde outubro do ano passado nós criamos aulas de percussão em parceria com Fábio Allman, ex-cantor do Monobloco que veio morar aqui. A ideia é formar um grupo com os instrumentos tradicionais das escolas de samba como o surdo, chocalho, agôgo, repique, a caixa e o tamborim e tocar o ano todo", afirma.
Pelo segundo ano consecutivo, o bloco Bué Tolo vai levar sua bateria para a rua ao som do samba, marchinha, xote e funk. Munidos de diversos instrumentos, o bloco entra em ação neste domingo (3), no Cais do Sodré, em Lisboa.
Um pouco do Brasil por Lisboa
Andréa Freire, é uma das líderes do bloco Colombina Clandestina, que faz a terceira edição no carnaval lisboeta e leva um pouco do Brasil pelas ruelas mais tradicionais da cidade, o bairro de Alfama. À RFI, ela falou sobre a adesão do público europeu.
“Para mim, o que é mais especial do Colombina Clandestina é que, apesar de ser um bloco de Carnaval com repertório e grande parte dos integrantes brasileiros, temos também muitos participantes de outras nacionalidades e isso é incrível! Temos portugueses, italianos, espanhóis… temos uma mistura maravilhosa!"
A atriz carioca Isabel Villela, que se mudou para Lisboa ano passado, é apaixonada pelo Carnaval de rua desde pequena. Para não ficar longe deste amor antigo, toca caixa em vários blocos, entre eles o Bué Tolo, Se Calhar é Funk e o Colombina Clandestina.
“Na verdade, eu toco praticamente em todos os blocos e eu toco caixa que é um instrumento da bateria. Os ensaios são os dias mais felizes da minha semana porque é um momento que eu consigo me conectar comigo mesma, que não penso em mais nada, que estou muito focada, tentando aprender um instrumento que é muito difícil mas é muito gratificante, é um momento único. Tenho a oportunidade de conhecer muitas pessoas, aqui em Portugal tem gente do mundo inteiro tocando", conta.
Carla Mendes, que veio pra Lisboa em 2017, já tocava em blocos no Rio de Janeiro e é uma das responsáveis pelo mais novo integrante do carnaval português, o bloco Se Calhar é Funk. “É um bloco multicultural, isso é muito legal do Se Calhar é Funk porque tem integrantes brasileiros, portugueses e franceses. Estamos conseguindo misturar nacionalidades e pessoas que nunca tinham tocado um instrumento na vida estão participando", comemora.
Expectativa para os próximos Carnavais
O sucesso dos blocos de rua foi tão grande em 2018 em Lisboa, que este ano a expectativa dos foliões é grande. A ideia dos organizadores é de continuar investindo para que
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