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1 – A ORIGEM DO CONCEITO
Essa questão está ligada à palavra derivada de kenosis contida em Fp 2.7.
“Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (ARA).
“Mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (NVI).
“ἀλλὰ ἑαυτὸν ἐκένωσεν[1] μορφὴν δούλου λαβών, ἐν ὁμοιώματι ἀνθρώπων γενόμενος· καὶ σχήματι εὑρεθεὶς ὡς ἄνθρωπος” (Nestle-Aland Greek New Testament).
A pergunta é: “Ele se esvaziou do quê?”
A) Sínodo de Antioquia (341 A.D.) – Afirmou que Cristo se esvaziou de “ser igual a Deus”, mas defendia a divindade absoluta de Cristo;
B) Reforma Protestante –Discutiu se Cristo teria se esvaziado de seus atributos como onipotência, onipresença e onisciência sem, contudo, afetar sua divindade;
C) Teologia do século 18 – Alguns estudiosos afirmaram que Cristo se tornou menos que Deus.
2 – O VERDADEIRO SIGNIFICADO DESSE CONCEITO
A) A Passagem central
A passagem central da kenosis é Fp 2.5-11.
Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Nova Versão Internacional (NVI)
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! 9 Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
B) A natureza original de Cristo
O v.6 apresenta Cristo antes da encarnação existindo em “forma de Deus”. A palavra grega μορφή (morphé) significa “natureza”, “forma visível”,[2] “forma”,[3] “forma pela qual uma pessoa ou uma coisa atingem a visão”, “a aparência externa”,[4] “a natureza ou o caráter de algo, com ênfase na forma interna e externa”.[5] Em outras palavras, é a “substância de um ser ou de algo”.
A mesma palavra aparece em Mc 16.12. Nesse caso, a μορφή aponta para uma forma diferente da qual Jesus era comumente reconhecido. Entretanto, no caso de Deus que não tem uma forma corpórea, μορφή nos revela que Jesus é da mesma substância ou natureza de Deus. Jesus não existia na pré-encarnação como um ser que não fosse “exatamente Deus”.
C) O autoesvaziamento
Foi algo que o próprio Cristo impôs a si mesmo. O autoesvaziamento de Cristo envolve tudo que ele fez para morrer na cruz, incluindo assumir a forma de servo. Ao fazer isso, Jesus foi encontrado em figura humana (σχήμα – skema). Isso indica que ele tinha a aparência de um homem e uma vida como a de um homem. Assim, sendo completamente Deus, Jesus passou a ser em tudo como um homem, com exceção apenas do pecado. Sobre os conceitos de μορφή e σχήμα, Joseph B. Lightfoot escreveu:
“Sendo assim, que sentido n