Nesse primeiro episódio, vamos conversar um pouco sobre o surgimento da sociedade de consumo e porque utilizamos as palavras cultura e consumo juntas.  Para iniciar a nossa discussão precisamos entender a lógica entre produção e consumo: enquanto a produção (o criar, o pôr a mão na massa, o trabalhar) é vista como algo nobre, como esforço, associada à meritocracia, o consumo é permanece sendo estigmatizado, existindo uma associação da expressão com futilidade, desigualdade e com consumismo.  A produção é a mocinha e o consumo é o vilão.  Nesse podcast exercitaremos um olhar menos polarizado e veremos produção e consumo como fatores que coexistem na nossa sociedade.  Responsável por movimentar a economia mundial, o consumo é fator de diferenciação da qualidade de vida entre os países, e claro, entre as pessoas. A divisão e o acesso ao consumo são desiguais em todos os aspectos, e tem um alvo bem definido: a população mais pobre que não consegue atender sequer suas necessidades básicas. Colocando um pouco mais de pimenta no tema, o consumo não pode ser estudado de forma isolada de uma cultura. Desde o consumo de chá pelos ingleses até a calça da gang vinda dos bailes funks nas favelas cariocas. Isso significa que o consumo também pode ser compreendido através das relações entre identidade individual e coletiva dos consumidores, através das expressões culturais inerentes ao mundo do consumo e aos fatores sociológicos que influenciam a dinâmica do consumo.  É nesse sentido que nós, Lair e Melissa, entendemos, pesquisamos, traduzimos e divulgamos o consumo: uma dobradinha cultura e consumo. Mas para entender melhor o que significa essa expressão e os desdobramentos do consumo no nosso presente e futuro, é necessário dar um passo atrás e compreender como surgiu a Sociedade de Consumo em que vivemos hoje. Quais suas origens? Como isso se conecta à experiência humana?  O bate papo de hoje é uma viagem no tempo que promete enriquecer e mexer com as estruturas de tudo o que você sabe sobre o consumo.  Abre o coração, pega um café quentinho e vem com a gente! Referências Acadêmicas Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of consumer research, 31(4), 868-882. Bardhi, F., Ostberg, J., & Bengtsson, A. (2010). Negotiating cultural boundaries: Food, travel and consumer identities. Consumption, Markets and Culture, 13(2), 133-157. Belk, R. (2014). The labors of the Odysseans and the legacy of the Odyssey. Journal of Historical Research in Marketing, 6(3), 379-404. de Souza, I. L., da Silva Gaião, B. F., dos Santos Silva, J., & de Souza Leão, A. L. M. (2013). Uma abordagem alternativa para a pesquisa do consumidor: adoção da Consumer Culture Theory (CCT) no Brasil. Revista Alcance, 20(3 (Jul-Set)), 383-399. de Rezende Pinto, M., & de Miranda Pereira, D. R. (2014). Uma teoria fundamentada das experiências de consumo de lazer por consumidores da terceira idade. Revista de Administração da UNIMEP, 12(3), 152-183. Firat, A. F., & Venkatesh, A. (1995). Liberatory postmodernism and the reenchantment of consumption. Journal of consumer research, 22(3), 239-267. Levy, S. J. (1959). Symbols for sale. Harvard business review, 37(4), 117-124. Migueles, C. (2015). Antropologia do consumo: casos brasileiros: casos brasileiros. Editora FGV. Otnes, C. C., & Maclaran, P. (2015). Royal fever: the British monarchy in consumer culture. University of California Press. Sassatelli, R. (2007). Consumer culture: History, theory and politics. Consumer Culture, 1-248. Referências de Mercado: Planos de saúde no Brasil  Barbie, Mattel e Warner  Roblox  Kindle  Garmin Disney