O ex-ministro dos governos Lula e Dilma e ex-deputado Aldo Rebelo participou nesta quinta-feira, 8, do podcast Diário Talks, do Diário da Região. Em entrevista aos jornalistas Lucas Israel e Marco Antonio dos Santos, ele criticou posicionamentos recentes do campo da esquerda e abordou desafios que o Brasil enfrenta, especialmente na Amazônia. Rebelo, que já ocupou cargos como ministro da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, também criticou a polarização que tem marcado o debate político no Brasil. Eleição municipal Atualmente, o ex-ministro trabalha na campanha para reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na cidade de São Paulo e afirma que a esquerda, especialmente o PT, enfrenta contradições ao apoiar candidatos em diferentes contextos regionais. "Estive em Maceió recentemente para visitar minha mãe e lá encontrei com os amigos do MDB, do PT, todos juntos na eleição de Maceió. O PT retirou candidato para apoiar o MDB", lembrou. "Então, o candidato do MDB não pode ser tão ruim em São Paulo e tão bom em Maceió para o PT apoiar o candidato do MDB em Maceió e achar que é o fim do mundo o candidato do MDB em São Paulo. É parte da política e do interesse do governo e do presidente apoiar o candidato do Psol em São Paulo, como é, no caso, apoiar o candidato do MDB em Alagoas. Então, a eleição municipal não se disputa pelo mesmo padrão de uma eleição presidencial. São outras regras, são outras formas", afirma. Polarização Rebelo afirmou na entrevista que "uma parte da esquerda substituiu o interesse nacional pelo interesse ideológico e biológico". "Não é mais importante mudar o mundo. Mais importante é você tratar da orientação sexual, da raça, do gênero, da cor da pele. Essas lutas são lutas democráticas, mas não são feitas para dividir o país. Infelizmente, hoje, elas estão sendo usadas para dividir o Brasil em preto e branco, em homem e mulher", pontuou. Amazônia O ex-ministro também abordou a questão da Amazônia, um dos temas centrais de seu recente livro, "Amazônia: A Maldição de Tordesilhas". Para Rebelo, a região está no centro de uma disputa internacional, muitas vezes manipulada por ONGs que, segundo ele, estão associadas à esquerda global e atuam sob o pretexto de defender causas nobres enquanto visam interesses estrangeiros. "A causa indígena é uma causa nobre, generosa, humanitária e necessária. É a população de fato mais negligenciada do Brasil, mais abandonada, mas não é o interesse nas populações indígenas, é o interesse em dividir o Brasil jogando uma minoria importante, que são os índios, contra a maioria nacional", afirmou.