Em 2019, Brasil quer se consolidar como referência no mercado de espumantes
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Faltam poucos dias para entrarmos em 2019 e quando o assunto é “réveillon”, impossível deixar de falar de um produto que está em quase todas as comemorações: o vinho espumante. O produto é o mais produzido pelo setor vitivinícola brasileiro e vem conquistando cada vez mais reconhecimento do mercado internacional. A progressão das exportações do vinho brasileiro deve continuar constante em 2019. Nos últimos anos, o Brasil vem aumentando o volume exportado. Passou de 50,9 milhões de litros em 2006 à 125,9 milhões de litros em 2017. O produto que vem alavancando as exportações do setor vitininícola brasileiro é o espumante. Segundo Diego Bertolini, gerente de promoção do IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), o crescimento das exportações foi de 55% em 2017 e chegou a 42% neste ano. “Nosso objetivo de médio prazo é ser reconhecido por ser o produtor de referência de espumantes na América do Sul. Até o Steven Spurrier, que é um crítico internacional que ficou conhecido na década de 1980 por mostrar que os Estados Unidos também sabem produzir bons vinhos, reconheceu a qualidade do produto brasileiro. Ele fez em São Paulo um teste às cegas com espumantes do hemisfério Sul. O produto escolhido como sendo o melhor foi um espumante brasileiro. Isso faz com que nós ganhemos notoriedade e nos consolidemos como referência em espumante, mas sem esquecer de produtos, como vinhos tintos e brancos, de altíssima qualidade. Esse é um processo orgânico de construção de marca e de maturidade do setor no Brasil”, afirmou Bertolini. Serra Gaúcha 85% do vinho brasileiro é produzido na Serra Gaúcha e uma das vinícolas mais tradicionais da região é a Aurora. Rosana Pasini, gerente de exportações da empresa, disse que em 2018, as exportações cresceram mais de 60%. A China é o país que mais comprou, seguido de Japão e do Paraguai. Para Pasini, o espumante se tornou o foco nas vendas no exterior para poder concorrer com os países vizinhos. “Para nós é muito difícil concorrer com vinhos tranquilos, como Chile e Argentina. O nosso custo Brasil é muito alto, então o nosso preço acaba ficando mais caro que o deles. Aí, fica difícil concorrer com países que são super conhecidos e com o preço mais caro”, avaliou Rosana. “Por isso, há muito tempo, a nossa estratégia é dar foco no espumante. Porque o espumante brasileiro já é referência no mundo inteiro. Hoje, o melhor produto para o Brasil é o espumante. Esse é diferencial do Brasil perante Chile, Argentina e Uruguai, e vários outros países. Nós temos hoje espumantes com preços bem de entrada, para concorrer com os Pro Secos e os Cavas da Espanha, até Champennois, que usam o método tradicional, com espumantes premium, com as denominações de origem, que concorrem com champanhes em qualidade, e isso não dito por mim, dito por especialistas e críticos do mundo inteiro”, completou. Wines of Brazil Para consolidar cada vez mais a produção brasileira no exterior, as empresas do setor recebem o apoio do IBRAVIN e da APEX, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. “Nós temos há quase 15 anos um convênio com a APEX, com um projeto que é o Wines of Brazil, que tem o objetivo de promover as exportações e construir a imagem do vinho brasileiro no mercado internacional. Nós desenvolvemos dezenas de ações no mercado exterior, com participações em feiras, um trabalho de relações públicas, de apoio a promoção de vendas, enfim, uma série de atividades que tem esse objetivo, de consolidar e dar suporte para os produtores brasileiros. Isso fortalece a imagem. A Apex é um grande parceiro da IBRAVIN há muitos anos nessa construção e também nesse estímulo na exportação dos produtos brasileiros”, explicou Bertolini. Para o empresário francês, radicado no Brasil, Didi
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