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Paris quer se tornar nada menos do que a capital mundial do vinho. A cidade abriu suas portas entre 11 e 13 de fevereiro para receber 25 mil expositores no salão Wine Paris, o primeiro grande encontro entre produtores de vinho, franceses e internacionais, um evento que fusiona em 2019 duas feiras que aconteciam separadamente no passado: a ViniSud, com viticultores do sul da França, e a Vino Vision, representando os vinhedos setentrionais, do norte do país. Campeã do mundo em exportações de vinho, a França foi responsável por um volume de negócios no ano passado da ordem de € 9 bilhões, cerca de R$ 38 bilhões, ultrapassando seu eterno rival europeu, a Itália, que continua no topo da lista como maior produtor do mundo, com 4,2 bilhões de litros em 2018.
Segundo Pascale Ferranti, diretora do Wine Paris, a ideia do salão é poder reagrupar a maior diversidade possível de vinhedos, com operadores diferenciados. “É importante para nós acolher pequenos produtores que procurem distribuidores, valorizamos esse contato com a produção. Os compradores procuram descobrir novos terroirs que não são ainda presentes em seus mercados”, conta. Além de ser o maior exportador, a França é hoje o segundo maior mercado consumidor de vinho do mundo, com 3,5 bilhões de garrafas em 2017, uma média anual de 51,2 litros por pessoa.
Ferranti afirma o salão é uma “aventura inédita”: “na verdade, são todos os produtores franceses que se reúnem para se exprimirem através de uma voz única, transmitindo assim uma mensagem forte destinada aos profissionais, sejam eles compradores franceses ou internacionais”, lembra a diretora.
Wine Paris tem como objetivo reunir dois salões “identitários”: o VinoVision, que aborda todos os vinhedos setentrionais, como os do Vale da Loire, Alsácia, Borgonha, o Beaujolais e Champagne. E, de outro lado, temos toda a produção mediterrânea do ViniSud, que reagrupa os vinhedos do Vale do Rhône, Languedoc, Provence, Pays D’Oc, do sudoeste e da Córsega.
As expectativas para a primeira Wine Paris na capital francesa são grandes, como relata a diretora do salão: “Esperamos 25 mil visitantes, sendo 35% destes internacionais. É o que faz a especificidade deste salão. Temos dois tipos de visitantes: de um lado, os compradores internacionais, porque desejamos posicionar Wine Paris como o maior evento para profissionais do vinho em Paris. Temos os belgas, os ingleses, os Estados Unidos, muitos norte-americanos marcam presença nesta edição, assim como holandeses e alemães. Temos também uma excelente surpresa, a presença de muitos chineses que fizeram esta longa viagem, apesar das comemorações do Ano Novo Chinês, assim como coreanos, japoneses, australianos, russos e ucranianos. Podemos dizer que os compradores internacionais responderam a nosso convite já nesta primeira edição”.
Brasil fora do primeiro Wine Paris
A diretora do salão afirma que, “infelizmente”, não existem produtores brasileiros presentes na edição 2019 do evento. “Mas os brasileiros são sempre bem-vindos. Temos 2.000 expositores, com 16% de produtores estrangeiros, com Croácia, Itália, Grécia, Israel, África do Sul, Argentina, Portugal, Espanha, Austrália, Nova Zelândia, esperamos que o Brasil faça parte do salão no ano que vem”, diz.
“Conversamos com compradores internacionais vindos dos quatro cantos do mundo, e eles têm uma expectativa em conhecer vinhos estrangeiros. É a descoberta que interessa, seja uma grande importadora dos Estados Unidos, ou um pequeno cavista”, revela Ferranti.
A diretora revelou ainda as dificuldades para que o vinho brasileiro entre no mercado mundial. “Em termos de posicionamento de vinhos estrangeiros para os grandes compradores, Estados Unidos e Ásia, os vinhos australianos estão melhor posicionados, assim como aqueles vindos do