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A Rússia virou pária da indústria cultural depois que seu presidente, Vladimir Putin, atacou a Ucrânia e deu início à mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O Festival de Cannes, por exemplo, não vai aceitar a presença de delegações oficiais do país ou de qualquer pessoa ligada ao governo de Putin no evento, previsto para maio.
No campo comercial, a Disney, a Sony e a Warner, três dos maiores estúdios de Hollywood, afirmaram que não vão exibir lançamentos no país até que o conflito seja interrompido.
A Netflix também interrompeu produções originais russas e a compra de filmes e séries do país e o Spotify fechou seu escritório na Rússia sem previsão de volta. No Brasil, a Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, que seria realizada em março, foi adiada diante da escalada da invasão do território ucraniano.
Mas o que pensar sobre essa onda de cancelamento a produções russas como protesto à guerra? Isso pode ser um "novo macarthismo", como quando uma série de artistas e intelectuais foram censurados nos Estados Unidos, acusados de terem ligações com o comunismo?
O Expresso Ilustrada desta semana conversa com Irineu Franco Perpetuo, tradutor e autor do livro "Como Ler os Russos". Ele explica os efeitos desses cancelamentos dos russos e como o país influenciou, e muito, a cultura brasileira
O episódio também entrevista os jornalistas Pedro Diniz e Gustavo Zeitel. Diniz acompanhou a Semana de Moda de Paris, que teve uma série de protestos de influenciadores, estilistas e marcas contra a Guerra. Já o Gustavo conversou com bailarinos brasileiros que trabalhavam em grandes companhias da Rússia e tiveram que deixar a carreira no auge por causa da Guerra.
"A gente está cortando na própria carne. Você não entende Villa-Lobos sem a música de Stravínski, nem entende Nelson Rodrigues sem o teatro de Dostoiévski", afirma Perpetuo.
Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação e roteiro são de Marina Lourenço e Carolina Moraes.
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