Jovens fazem greves para exigir dos adultos mais proteção do planeta
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Suécia, Inglaterra, Bélgica, França, Austrália ou Canadá. Em diversos países do mundo, se espalha uma mobilização de adolescentes e jovens para pressionar políticos e empresas a fazer mais contra as mudanças climáticas. Não só por eles mesmos e seus descendentes, que viverão pessoalmente os efeitos mais graves da “emergência climática”, como eles definem. Mas também em nome daqueles que enfrentam desde hoje as consequências da desregulação do clima, com o aumento dos fenômenos extremos como tufões e secas. Desde o fim de 2018, eles realizam manifestações todas as sextas-feiras – perdem aulas para participar da “greve estudantil” que ganha, a cada semana, mais adeptos em mais cidades. Protestam e sensibilizam os adultos sobre a urgência de agirem logo contra as emissões de gases de efeito estufa. Repetem que respeitar os tratados internacionais é o primeiro passo, a começar pelo Acordo de Paris, do qual se retirou o presidente americano, Donald Trump. Na manifestação em Paris, na semana passada, os jovens pediram a inscrição da questão climática como artigo primeiro da Constituição francesa. O estudante Lucien Baccaini, de 21 anos, diz estar cansado do “blá blá blá” dos políticos. “Medidas como economizar água e apagar a luz quando saímos da sala são ótimas, mas não é isso que vai fazer com que a gente atinja mudanças que precisamos nas questões de energia, poluição do solo e do ar. Nós precisamos exigir esse impacto das multinacionais”, afirma. “Se chegarmos a um Estado de emergência climática e ecológica, poderemos ter meios de pressionar por medidas mais restritivas”, insiste. Fim do Nutella, pelo planeta Hugo Veil, estudante de engenharia de 20 anos, acha que é todo o modo de vida da sociedade atual que precisa ser revisto. Em busca do aumento do PIB e de sempre mais crescimento econômico, os recursos naturais estão sendo devastados. No seu cotidiano, ele conta que, até agora, a ação mais concreta que tomou pelo planeta foi se tornar vegetariano: quis deixar de ser cúmplice das altas taxas de emissões de gases geradas pela produção de carne. “Também fico atento à maneira como consumo. Quando comecei a me interessar por tudo isso e me informar mais sobre o desmatamento, por exemplo, parei de consumir produtos que tenham óleo de dendê. Então parei de comer Nutella, algo que eu adorava quando eu era pequeno, porque é bom”, conta Veil. “Quando tomamos consciência do que acontece por trás, percebemos que o nosso consumo tem um impacto muito grande nem sempre diante de nós, mas em outros lugares do mundo.” Sueca vira porta-voz dos jovens assustados com as mudanças climáticas Essa tomada de consciência dos jovens ganhou um novo impulso na figura da adolescente sueca Greta Thunberg. Aos 15 anos, ela se tornou um ícone contra as mudanças climáticas ao realizar discursos contundentes em eventos como a Conferência do Clima da ONU ou o Fórum Econômico de Davos. A ideia das greves estudantis pelo clima foi dela. “Adultos continuam nos dizendo que querem dar esperança aos jovens. Mas eu não quero a sua esperança. Não quero que você seja esperançoso. Quero que você entre em pânico”, declarou a jovem, em Davos, com um olhar desafiador. “Quero que você sinta o medo que eu sinto a cada dia. E, então, quero que você aja.”  Agir como? Greta responde que “até uma criancinha pequena já sabe”: cortando as emissões de gases de efeito estufa, no “maior e mais complexo desafio que o Homo sapiens já enfrentou”. Propostas O assistente social em início de carreira Arnaud Charles, morador de Nantes, avalia que a educação ambiental desde cedo é fundamental para mudar as consciências. Ele também sugere a implantação de um serviço cívico aos de 16 anos para sensibilizar os adolescentes sobre
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