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Estudo inédito das universidades de Stanford e Nova York mostra que participantes usaram o tempo que era gasto na plataforma em outras atividades que favorecem o bem-estar físico e emocional. Na França, movimento cyber minimalista prega desconexão.
Quem nunca pensou em fechar sua conta no Facebook, principalmente depois das eleições? Muito além das questões políticas que envolveram a rede social durante a campanha presidencial no Brasil, um número cada vez maior de pessoas se questiona sobre o aspecto viciante do site. A maior rede social do planeta possui, atualmente, 2,3 bilhões de usuários.
O Facebook incita os internautas a gastarem cada vez mais tempo na plataforma através do mecanismo cerebral da recompensa. Cada like, comentário ou foto, positivo ou negativo, ativa neurotransmissores como a dopamina, responsável por sentimentos como satisfação, prazer e motivação. Em adolescentes e adultos, o uso compulsivo da rede pode, desta forma, causar falta de atenção e concentração. Diversas pesquisas apontam para esses efeitos nefastos no cérebro.
Interessados no tema, um grupo de pesquisadores americanos decidiu avaliar os efeitos que o distanciamento da rede poderia provocar em seus usuários. Publicada no fim de janeiro, a pesquisa propôs a 2.844 internautas, mediante um pagamento simbólico, que não acessassem suas contas na rede social. A idade média dos participantes era de 33 anos, mas internautas de 19 a 75 anos contribuíram para o estudo. Mais de 90% não se conectaram durante cerca de um mês.
Mais tempo com amigos e família
O pesquisador americano Lucas Braghieri, da universidade de Stanford, é um dos autores do estudo. Ele explica que o objetivo da pesquisa não é incitar os participantes a fecharem suas contas no site, mas analisar os efeitos que um distanciamento duradouro provocaria nos internautas.
“Não acredito que nossa pesquisa incite as pessoas a fecharem suas contas no Facebook. Acredito que traga algumas informações sobre participantes do grupo de estudo que relataram um sentimento de bem-estar durante o mês em que se desconectaram. Foi a informação que divulgamos, depois, cabe às próprias pessoas decidirem o que fazer e decidir como essa informação pode ser útil para elas e como vai influenciar ou não o uso da plataforma”, explicou.
A metodologia usada no estudo não incluía perguntas diretas sobre os efeitos da desconexão temporária. “Não perguntamos o que as pessoas ganharam deixando de entrar no Facebook por um mês. Mas posso te dizer que muitas pessoas contaram, nas entrevistas que fizemos com elas, que estavam feliz com o fato de terem mais tempo para fazer outras coisas que gostavam. Pessoas que passavam uma hora por dia no Facebook, por exemplo, deixando de lado a conta no Facebook, ganhavam uma hora extra por dia para fazer o que queriam”.
Outro ponto positivo é que os participantes da pesquisa, durante o estudo, passaram menos tempo on-line e em outras redes sociais, além de ter mais tempo para a família e amigos. Outra consequência foi a diminuição do consumo das notícias diárias e a exposição à polarização e aos embates em temas políticos, típicos da plataforma.
O pesquisador americano também diz ser difícil avaliar se o Facebook é “mais ou menos viciante” do que outras redes. “Fizemos nossa experiência apenas com Facebook, então não posso falar sobre as outras redes sociais com a mesma precisão. Mas posso imaginar que os mesmos mecanismos que se aplicam à experiência off line no Facebook se aplicam também a outras redes sociais. Não ficaria surpreso em constatar que o Instragram induz ao mesmo tipo de comportamento que o Facebook”, diz Braghieri.
Cyberminimalismo
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