Sob ameaça de prisão, Edmundo González, candidato que concorreu à presidência com Nicolás Maduro, partiu para o exílio na Espanha. A embaixada argentina, que abriga opositores do regime, continua sob custódia do Brasil, mas a diplomacia brasileira lida com uma tensão crescente e tentativas de mediação parecem cada vez mais inócuas. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o cientista política e pesquisador do CEBRAP, Enrique Natalino, diz que o esforço do Brasil é de política externa, mas também visa a questão de segurança na região e que o país age corretamente cumprindo as regras do direito internacional. Natalino considera que a Venezuela deixou de ser uma autocracia para se torna uma ditadura, o que torna mais difícil a medicação. Avalia que o asilo político permitiu que Edmundo González se livrasse da coação do regime, mas também deixou Maduro mais forte. Sobre o papel dos EUA, o cientista político reflete que é controverso, porque ameaça com sanções e continua comprando petróleo venezuelano. E lembra que quando impôs medidas mais duras, provocou uma aproximação de Maduro com China, Rússia e a Opep.