Description
Em um prédio escondido do 3° distrito de Paris, cerca de 50 engenheiros, técnicos e especialistas em robótica trabalham em um projeto ambicioso: fazer com que paraplégicos, pessoas que sofreram paralisia dos membros inferiores, voltem a andar.
Criada em 2012 por três estudantes de engenharia, a start-up francesa Wandercraft desenvolve um exoesqueleto que vai possibilitar a locomoção de pessoas que perderam o movimento dos membros inferiores, mas também idosos ou pacientes que sofrem de doenças degenerativas, como esclerose múltipla. Para isso, eles contam com um capital de € 15 milhões oriundos de diferentes fundos de investimento franceses.
A vontade de criar um projeto que traria benefícios para a humanidade foi o que impulsionou e inspirou os fundadores da Wandercraft, como resume um deles, Alexandre Boulanger. “Eu procurava um projeto que me desafiasse em termos técnicos e tecnológicos, que tivesse sentido e que fizesse com que eu me sentisse de fato útil. Um dos meus sócios, Nicolas, propôs esse projeto. Ele tinha pessoas na família que podiam se beneficiar desse avanço. Pensei: é isso que quero fazer!”.
O equipamento da Wandrecraft, batizado de Atalante, está passando por testes clínicos internamente e vai receber sua certificação ainda neste ano. A primeira versão, criada para ser usada em programas de reeducação em hospitais, está praticamente pronta e foi produzida no laboratório da própria empresa. Pela primeira vez, um centro especializado em Clermond Ferrand, no centro da França, testará o protótipo durante dois anos, para provar quais benefícios ele traz para os pacientes paraplégicos.
Na verdade, estar permanentemente sentado induz a outros tipos de patologias digestivas, cardíacas ou circulatórias. Problemas que o exosqueleto poderá ajudar a solucionar, e que justificará que o custo do equipamento possa ser reembolsado em parte pela Seguridade Social Francesa e pelos planos de saúde.
Exoesqueleto terá versão "caseira"
Até 2020, a empresa também deve lançar uma versão mais leve do Atalante para ser usada em casa, feita sob medida para cada usuário. A ideia, no início, não é substituir totalmente a cadeira de rodas, mas dar a possibilidade aos paraplégicos de subir escadas, dirigir um carro ou circular dentro de um avião, por exemplo. E o que explica uma das representantes da empresa, Floriane Vintras, contratada depois de testar o equipamento.
“Quando as pessoas estão há muitos anos em uma cadeira de rodas, é difícil mudar os hábitos. O exoesqueleto servirá para dar continuidade à reeducação em um centro. Depois os pacientes saem dos hospitais e não podem mais fazer os mesmos exercícios. Os esforços acabam perdidos. O objetivo, então, é continuar essa reeducação. O que acaba trazendo mais autonomia porque a pessoa poderá ir comprar seu pão se a padaria não for acessível, por exemplo. Poderemos também passear na rua, normalmente, com um exoesqueleto”.
O exoesqueleto “caseiro” ainda está sendo desenvolvido pela equipe, que deve criar uma versão mais leve do equipamento. O custo deverá ser equivalente ao de um carro de luxo, diz Floriane. Uma das grandes inovações do aparelho é que ele não necessita de muletas e proporciona uma marcha dinâmica, não parecida com a de um robô. O usuário também é totalmente autônomo e pode passar horas dentro do equipamento sem sentir nenhum desconforto, dirigindo os movimentos com um controle remoto.
Floriane, funcionária da Wandercraft, testou ela mesma uma antiga versão do Atalante e conta como foi seu teste. A jovem cadeirante sofre de poliartrite e há dois não ficava de pé. Floriane participou de um dos primeiros testes clínicos do Atalante. “Os primeiros passos foram muito impressionantes. Eu me senti alta, e me senti bem de estar na mesma altura do que todo mundo”
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