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A produção em série dos chamados veículos autônomos, que não precisam de motoristas, deve começar em 2021, e com ela a revolução econômica e urbana que vai transformar a vida nas cidades e em seus arredores.
Start-ups, multinacionais e gigantes da web como Google multiplicam as parcerias neste mercado automobilístico do futuro. A Alphabet, grupo de empresas que detém o Google, lançou em 2016 a companhia Waymo, especializada no desenvolvimento de equipamentos para veículos autônomos.
Os carros conectados são equipados com sensores e programas desenvolvidos para detectar pedestres, veículos e qualquer tipo de movimentação na área de circulação a uma distância que equivale à área de quase dois campos de futebol. Os algoritmos que formam esse programa antecipam comportamentos que possam causar acidentes, como um ciclista que atravessa na frente do carro, que para, freia ou diminui a velocidade diante do risco.
Primeiros testes em ruas públicas
O projeto que teve início em 2009, passou por diversas etapas, e neste ano os veículos autônomos começaram os testes em ruas e estradas públicas. Esta nova tecnologia, desenvolvida por diferentes empresas e em diferentes níveis, terá um impacto em diversos setores públicos e privados. A começar pela indústria automobilística, cujos investimentos serão dirigidos principalmente aos softwares utilizados nos carros.
As transportadoras também serão diretamente afetadas. Especialistas preveem rapidamente o aparecimento de caminhões sem motorista, o que representa uma economia de centenas de bilhões de dólares anuais para as companhias.
Adaptação das infraestruturas, fim do pedágio e das auto-escolas são apenas alguns dos exemplos do que essa revolução vai provocar. Além disso, cerca de 90% dos acidentes também são causados por erros humanos. Com a popularização dos softwares dos carros e a queda dos preços, a tendência é que as seguradoras desapareçam.
Hoje alguns carros já oferecem ao motorista funcionalidades até bem pouco tempo inimagináveis. Uma delas é a manobra para estacionar o carro, que já pode ser realizada de maneira autônoma por alguns veículos, como explica Guillaume Devauchelle, diretor de pesquisa e inovação da empresa automotiva francesa Valeo, em entrevista à RFI.
“O veículo autônomo já está praticamente entre nós. As próximas funções que vão chegar ao mercado, em 2020, são a direção autônoma nos engarrafamentos, por exemplo, onde não há farol, pedestres ou ciclistas. E também nas estradas, a 130 km por hora. Paradoxalmente é mais viável, porque a estrada é perfeitamente sinalizada.”
Paris testa mini-vans sem motorista
A companhia pública de transportes parisiense, a RATP, já realizou vários testes com veículos sem motorista. O último aconteceu em novembro, entre duas estações situadas no Bois de Vincennes, parque situado na entrada ao leste de Paris, e durou um fim de semana.
Produzidas pelo construtor francês Easymile, as mini-vans EZ10 são totalmente elétricas e têm seis assentos. Matthieu Dunand, diretor de inovação da empresa, explica que esse tipo de veículo é destinado principalmente aos trajetos mais curtos. “Pode ser usado para acompanhar o passageiro até o destino final, quando, por exemplo, eles pegaram o metrô ou o RER, e graças às vans poderemos conduzi-los até ou trabalho ou até mesmo em casa”, diz.
“Também poderá ser usado em locais fechados, como campus universitários ou conglomerados de empresas e ser adotado em áreas menos populosas, que podem se adaptar facilmente aos serviços de vans.” O executivo afirma, entretanto, que a ideia não é substituir a longo prazo os meios de transporte clássicos, como metrô, ônibus ou trem. Pelo menos por enquanto.
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