Description
"Todos os dias, em todo lugar, milhares de mulheres negras, racializadas, “abrem” a cidade. Elas limpam os espaços de que o patriarcado e o capitalismo neoliberal precisam para funcionar. Elas desempenham um trabalho perigoso, mal pago e considerado não qualificado, inalam e utilizam produtos químicos tóxicos e empurram ou transportam cargas pesadas, tudo muito prejudicial à saúde delas. Geralmente, viajam por longas horas de manhã cedo ou tarde da noite. Um segundo grupo de mulheres racializadas, que compartilha com o primeiro uma interseção entre classe, raça e gênero, vai às casas da classe média para cozinhar, limpar, cuidar das crianças e das pessoas idosas para que aquelas que as empregam possam trabalhar, praticar esporte e fazer compras nos lugares que foram limpos pelo primeiro grupo de mulheres racializadas". Não deveriam ser essas as sujeitas do nosso feminismo?
Neste episódio, discuto a relevância de se pluralizar o feminismo e não limitar análises raciais aos debates sobre interseccionalidade ou decolonialidade, afinal, mulheres também são afetadas (e em alguns casos, com maior indicidência) pelos mecanismos de manutenção do patriarcado. Confira!
Indicações:
livro Contra o Feminismo Branco, Rafia Zakaria;
livro Um Feminismo Decolonial, Françoise Vergès;
artigo Enegrecer o Feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero, de Sueli Carneiro.
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Hoje o episódio é curto, mas tem um recado importante sobre a pausa que será dada nas próximas semanas.
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Published 09/12/24
Somos socializadas para maternar. Desde a infância, enquanto meninos ganham carrinhos e jogos, ganhamos bonecas, aprendemos a tratá-las como filhas e reproduzir o cuidado materno, ou aquilo que a sociedade entende com o trabalho materno. Nesse sentido, quando debate-se aborto, inúmeros discursos...
Published 08/15/24