Angola reage aos resultados das eleições
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Apesar da contestação da oposição aos resultados da CNE, que dão vitória ao MPLA, partido de João Lourenço já canta vitória e agradece confiança do povo. Polícia deteve oito pessoas em protesto em Benguela.Os principais acontecimentos do dia: - CNE indefere reclamação da UNITA sobre divulgação dos resultados eleitorais - CASA-CE vai interpor recurso junto do Tribunal para impugnar resultados - PRS também não reconhece resultados eleitorais - Delegados da lista da UNITA detidos no Bengo foram libertados - Oito detidos em protesto contra fraude eleitoral em Benguela - MPLA diz que não se "faz pacto de regime quando se tem uma maioria absoluta" Um dia após a divulgação dos resultados da contagem provisória dos votos das eleições de quarta-feira (24.08) pela Comissão Nacional de Eleições, e que dão vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 51% dos votos, o ambiente na capital angolana é de "contestação". Em Benguela, os agentes da polícia nacional detiveram, esta sexta-feira (26.08), oito jovens que protestavam contra a fraude eleitoral no município do Lobito. Segundo o correspondente da DW nesta província, o protesto teve lugar no Bairro da Bela Vista Alta, tendo a polícia recorrido a armas de fogo para dispersar os manifestantes. Entretanto, no Bengo, estão já em liberdade os seis delegados de lista da UNITA que foram detidos no município de Nambuangongo, durante o ato de votação, na quarta-feira. Na altura, foram acusados de falsificação de ata eleitoral. Depois de transportados por cerca de 150 quilómetros e apresentados ao Ministério Público, receberam a ordem de liberdade por falta de prova que sustenta a acusação. Os acusados contam que estavam na posse de uma ata simulada usada na formação promovida pela direção do seu partido e que não entendem a razão da detenção dos outros cinco delegados, já que apenas um estava na posse do documento. Também esta sexta-feira, a CNE anunciou que indeferiu a queixa da UNITA sobre a divulgação dos resultados eleitorais, por não estar de acordo com a legislação. Segundo Lucas Quilundo, porta-voz da CNE, a queixa foi rejeitada porque "o requerimento foi apresentado de forma irregular" e a "fundamentação jurídica não estava de acordo com o que a lei estabelece". Clima de "contestação" Esta quinta-feira, após o anúncio dos resultados, que colocam a UNITA em segundo lugar, com cerca de 44,05% dos votos, registaram-se alguns "distúrbios" na capital. De acordo com o correspondente da DW em Luanda, Nelson Francisco Sul, "há uma rejeição aos resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições. Sente-se de facto que a população tem sede de mudança". Numa altura em que decorre ainda a contagem paralela dos votos que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) está a levar a cabo, o partido pede calma aos seus apoiantes. Em declarações esta quinta-feira, o dirigente da UNITA, Ruben Sicato, explicou que a UNITA está a assumir uma posição "responsável" e deve contar as atas e ter a certeza antes de reivindicar vitória. MPLA canta vitória Já o MPLA dá a vitória como garantida e minimiza as queixas da oposição. Na sua conta da rede social Twitter, o partido liderado por João Lourenço agradeceu esta manhã ao povo a confiança. "Obrigado a todos os angolanos por estarem a construir o nosso país", afirma João Lourenço no vídeo publicado. Horas mais tarde, havia a expectativa que João Lourenço daria uma conferência de imprensa na sede do partido, em Luanda. No entanto, o líder do MPLA abandonou o local sem prestar declarações. Já o secretário para a Informação do partido avançou aos jornalistas que o partido fará a avaliação do processo eleitoral "no seu todo" e apenas após a divulgação dos resultados definitivos. Na mesma ocasião, Rui Falcão frisou que "em nenhuma parte do mundo se faz pacto de regime q
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