Entenda a Conferência do Clima de Paris (COP 21) em 10 pontos
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Chegou a hora da COP 21: a grande conferência internacional sobre o clima começa nesta segunda-feira (30), com os pronunciamentos de 147 chefes de Estado e de Governo em Le Bourget, na periferia de Paris. Em seguida, os negociadores dos 195 países da ONU ficarão reunidos por duas semanas para tentar chegar a um novo acordo mundial para limitar as mudanças climáticas e o aquecimento global. Entenda por que o evento é tão importante. O que é a COP 21? A sigla COP21 nada mais é do que um resumo para o complicado nome oficial do encontro: 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Esse texto (a convenção) surgiu quando os cientistas perceberam que a intensa poluição gerada depois da Revolução Industrial, no século 19, tem consequências devastadoras para a natureza e até para a sobrevivência humana. “A Convenção do Clima foi assinada em 1992 e, desde então, temos COPs anuais. A primeira foi em 1994 e, agora, estamos na 21ª. Em alguns momentos, essas reuniões tomam proporções mais importantes. Foi o caso em 1997, quando se assinou um novo protocolo, o Protocolo de Quioto, para limitar as emissões de gases poluentes, principalmente pelos países desenvolvidos”, explica Tasso Azevedo, consultor ambiental e coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG). A COP 21 é, antes de mais nada, uma ampla negociação diplomática internacional, com vistas a um entendimento entre os países sobre o futuro do clima. Quais os principais objetivos do acordo para o clima? O principal é renovar e gerar um novo acordo em substituição ao Protocolo de Quioto, cuja validade se encerra em 2020. O texto deve incluir compromissos e metas de todos os países do mundo, no esforço coletivo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Desta maneira, espera-se evitar que o aumento da temperatura média do planeta ultrapasse os 2°C, considerado o “limite de segurança” além do qual os efeitos das mudanças climáticas seriam irreversíveis. Essa temperatura foi estabelecida pelo painel de cientistas da ONU que analisam esse tema, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre mudanças Climáticas). Segundo os climatologistas, gases como o CO2 geram o aquecimento global. Para se ter uma ideia, se nada fosse feito para limitar as emissões de gases, a Terra poderia sofrer um aumento de até 4°C até 2100, o que tornaria diversas regiões do mundo inabitáveis. A poluição que já foi gerada ao longo da história provocou um aumento de 0,85°C da temperatura global, o que resultou no derretimento de quase metade das calotas polares do Ártico e a desintegração dos glaciares do oeste da Antártida. Por que é tão difícil de os países chegarem a um acordo? Até hoje, desenvolvimento ainda é sinônimo de poluição para muitos governos. Para se desenvolver, os países precisam de intensa de atividade industrial e consumir grandes volumes de energia, que são as maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa. Neste ano, pela primeira vez, os maiores poluidores do planeta, a China e os Estados Unidos, indicam estar dispostos a fazer mais para limitar a quantidade de poluentes jogados na atmosfera. Pequim indica que o seu pico de poluição será em 2030 e depois garante que vai começar a reduzir as emissões. Já Washington se compromete a diminuir de 26 a 28% até 2025, em relação ao que poluía em 2005. Pode parecer pouco, mas é uma mudança considerável em relação à postura desses países nos anos anteriores. É por isso que há esperança de que a Conferência de Paris termine com um bom acordo. “O fracasso sempre é possível, mas hoje estou confiante porque um grande país, a China, nos apoia, e os Estados Unidos estão comprometidos com um acordo. Países tão diversos quan
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Published 11/25/15