É a voz do "Debaixo da Língua", e às vezes, também, a da consciência do apresentador. Catarina Wallenstein, actriz e criadora, nasceu em Londres mas voltou para Portugal, ainda ao colo, antes de fazer dois anos. Francófona, com um pé na filosofia, e outro em bioquímica - a convidada desta semana é uma cientista sem bata -, vê comissões de inquérito como quem vê o Big Brother, e é um dos grandes talentos da sua geração. Filha de uma família de artistas, encontrou rápido as suas notas dissonantes e protagonizou "Singularidades de uma Rapariga Loira" de Manoel de Oliveira nos primeiros anos do seu percurso profissional. Antes disso, o Curso de Canto no Conservatório Nacional, a licenciatura em interpretação na Escola Superior de Teatro e Cinema, e uma passagem de um ano pelo Conservatório francês, em Paris. Toca piano, e violoncelo, e realizou com Felipe Bragança, "Tragam-me a cabeça de Carmen M." uma viagem entre Portugal e o Brasil à procura da essência do mito Carmen Miranda. Pelo caminho, filmes muitos, e espectáculos de teatro bastantes também. No cinema colaborou com João Botelho - com quem está neste momento a filmar -, Dennis Berry, Margarida Gil, Rúben Alves, Raúl Ruiz, Mário Barroso, ou Felipe Bragança, em "Um Animal Amarelo". Na televisão, recentemente entrou em "Causa Própria", vencedora de um prémio Sophia em 2023, para melhor série. No teatro, vários encontros com Maria João Luís, Jorge Silva Melo, e em breve, com João Garcia Miguel, nos seus "Heróis do Impossível ", interpretado a duas vozes com Pedro Lacerda. Inventar em 2024, é fácil? Como é que a maternidade agigantou as necessidades e diminuiu os medos? Ou será ao contrário? Como se vive entre o Rio de Janeiro e Lisboa? Qual o melhor champô para um cabelo com caracóis?  Tantas perguntas. Teremos tempo para tudo? Liberdade, por enquanto, ainda há.