Este poema é sobre o dia em que tudo acaba. E sobre os dias a seguir. Sobre o processo de luto e sobre o processo de cura. Este poema retrata um conceito que deixa de existir. E ninguém te prepara para isso.

Este poema é sobre os restos que ficam quando o amor se apaga do outro lado. É sobre a falta de luz que dá sempre a mão à solidão. Descreve a angústia do fim de alguma coisa que foi boa.

Este poema fala sobre o poço. Onde muitas vezes ficamos. De onde muitas vezes não conseguimos sair. Este poema é um pedido. Por favor, não fiques no poço desta vez. Aguenta-te um pouco mais. Cá em cima.

Este poema é sobre a traição. Sobre como te sentes quando descobres que alguém usou outro corpo para encontrar algo que já não encontra em ti. Este poema é sobre revolta. Sobre dor. Sobre descoberta.

Este poema é sobre amor próprio. Sobre aquilo que vejo em mim. Aquilo que todos nós precisamos de ver no que somos. Sobre as nossas conquistas. Sobre o cansaço que vem da luta. Afinal, as obras de arte levam o seu tempo a serem idealizadas e concluídas.

Este poema é sobre a verdade de cada um. É sobre aquilo que sentimos e que não devemos tapar com sorrisos ou desculpas. Este poema é sobre como nos podemos ver tão podres, mas fingir tão brilhantes. Nunca aches que conheces alguém pela capa.

Este poema retrata aquilo que ele me disse naquela altura em que tudo era uma dúvida, excepto o que sentíamos a arder no peito. Este poema é sobre o que ele sentia. Sobre o que ele me dizia ao ouvido. Sobre promessas. Sobre sonhos.

Este poema é sobre o momento em que te conheci por dentro. A forma bonita como estavas ansioso de sair. Parecias adivinhar que nos íamos apaixonar naquela noite. E apaixonámos.

Este poema é sobre o amor. E a diferença do amor para as paixões. Paixões podemos ter muitas. Intensas. De fazer perder a cabeça. Mas o amor, no verdadeiro sentido da palavra, só o temos uma vez na vida. E apenas se tivermos direito a essa benção.

Este poema é sobre a festa. Sobre os medos do início de um grande amor. Sobre as luzes e os copos cheios. Sobre o tempo. Sobre o que fazemos com ele.

Este poema é sobre o que podia ter sido e nunca chegou a ser. Sobre uma visão mais racional da vida. Sobre a decisão de deixar para trás um grande amor, porque esse grande amor não cabia no plano que, outrora, tinha sido traçado.