O "coração da redação" bate mais forte na hora da despedida
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Uma "amiga com A grande". Para muitos, uma mãe. Beatriz Brücken, a colega mais querida da redação, despede-se depois de 32 anos na DW. Só deixa saudades e um lugar especial no coração de todos os que se cruzaram com ela."Quem quer café, quem quer chá?" Uma frase que muitos se habituaram a ouvir bem cedo na redação, acompanhada de bolos, boa disposição e uma palavra amiga. Porque a generosidade da Beatriz entrava na redação logo pela manhã, reconfortante como o cheiro de pão quente. "A Beatriz tem aquele dom de melhorar os nossos dias, todos os dias sem exceção. Seja com o bom dia acompanhado daquela leveza que contagia toda a gente, ou com um gesto que pode parecer muito simples, mas que para nós é muito especial, que é quando ela traz um pãozinho de leite para quem está a trabalhar na DW desde madrugada", lembra Maria João Pinto. "Vou sentir falta, de manhã, de levar um café ou um bolinho", confessa "a nossa kolega", como também é conhecida na redação Português para África. "É uma amiga com A grande. Todos aprendemos muito com ela ao longo destes anos. Ficamos felizes porque sabemos que vai para uma nova fase, de descanso merecido, novas aventuras, mas também ficamos tristes porque a DW sem a nossa kolega não será mais a mesma", lamenta Maria João, que não é a única com o coração dividido por estes dias. Também Nádia Issufo já sente saudades da "mãe" de todos os colegas. "É um amor de pessoa. Vivo cá na Alemanha há cerca de 14 anos e a única pessoa que para mim é como uma mãe é a Beatriz. Ela cuida, ensina, dá carinho, é meiga, é tudo de bom. E ela é assim com toda a redação", destaca. Já para não falar das muitas gargalhadas e da alegria contagiante de Beatriz. "É só boa disposição. Com a saída da Beatriz, desconfio que vamos morrer um pouco", diz a jornalista moçambicana. "Mas fico feliz porque a kolega, como ela nos chama, vai poder txilar e descansar mais!" Regresso a África através da DW Descanso que chega agora, depois de 32 anos na Deutsche Welle, onde durante muito tempo foi o principal elo de ligação entre a redação e os ouvintes e leitores. Beatriz Brücken tinha 10 anos quando deixou Portugal para viver em Angola, onde ficou até à independência. Voltou para Lisboa em 1974, com muitas recordações e saudades de Luanda na bagagem. Em 1986, emigrou para a Alemanha e África volta a entrar na sua vida. "Foi um presente que alguém me deu ou uma grande oportunidade de voltar outra vez, por outras palavras, a África", diz Beatriz com a voz embargada, como acontece cada vez que recorda Angola. "Quando comecei a trabalhar na DW, alguns colegas que vinham de África diziam: tu estiveste em Angola. Por causa da pronúncia. Eu lamento e tenho pena porque já perdi uma grande parte dessa pronúncia. Foi a única coisa que trouxe de Angola." Beatriz recorda-se bem do seu primeiro dia de trabalho na DW. "Lembro-me, estava meio com medo. Foi em abril de 1988. E lembro-me de alguns colegas, agora já não está lá nenhum. O último que fechou a porta, e que estava lá comigo, era o nosso colega Rocha." "A Beatriz é uma pessoa muito aberta, muito divertida", recorda António Rocha, que foi vice-chefe da redação até 2019 e trabalhou mais de 30 anos com a Beatriz. "De vez em quando, quando tínhamos aquele stress no trabalho, a Beatriz chegava com uma história, uma piada ou uma notícia que ouviu e era um momento relaxante para todos." "Tínhamos uma equipa muito sólida, muito solidária na altura, que era a malta dos africanos - nomeadamente o Juvenal Rodrigues, o Pedro Neto, o Gil Guimarães. E a Beatriz queria ter filhos, mas parece que não estava a conseguir. Então, surgiu o pau de Cabinda. E ela deve saber a história do pau de Cabinda…", recorda Rocha, com o riso maroto de quem partilhou muitos episódios e peripécias de outr
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