Extrair flor de pedra é aprender a serenar a alma [Ep.09 T3]
Listen now
Description
Defino o suicídio como a confirmação concreta da descontinuidade do sentido de vida. É o ápice do processo de morrência, processo do definhar existencial que exibe uma complexidade de comportamentos autodestrutivos e é ato de comunicação de dor sentida e não consentida e por esse motivo, é preciso serenar. Serenar a mente, serenar a perturbação que assombra a existência. É preciso serenar para ir além do que você imagina que te acontecerá de pior na tua vida. Sua vida não é sua imaginação catastrófica. Enquanto isso, respire. Inspire coisas boas e expire coisas ruins… Recebi de minha querida Nely Aparecida Guernelli Nucci, minha amiga de infância, um presente de aniversário que foi um bonequinho chamado Darumá: símbolo da perseverança. No presente estava escrito: tradicional amuleto japonês que representa o esforço de se “cair 7 vezes e se levantar 8 vezes”. A recomendação é a de que pintemos apenas o olho esquerdo, após decidirmos nosso desejo. E, quando atingimos o objetivo desejado, devemos pintar o olho direito em agradecimento. O olho esquerdo do meu darumá foi pintado com o desejo de promover bem-estar para existência humana, convidando você a assumir sua vida com dignidade. E assim, te pergunto: Você poderia me ajudar a pintar o olho direito do meu Darumá, não desperdiçando sua vida? Deixando que o mar bata nas pedras e se tratando bem, meu bem? Você pode me ajudar a pintar o olho direito do meu darumá, não desperdiçando a sua existência e cuidando de você? Te convido a ser leal com você, a aprender a se proteger, a se respeitar para que você possa se reconquistar existencialmente. E caso houver alguma dúvida sobre sua importância, lembre-se de uma frase de Madre Teresa de Calcutá: "O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas, sem ela, o oceano será menor.” Você é muito importante. Cuide-se e se escolha. Espero você para o último episódio desta temporada no próximo domingo às 18 horas de Brasília-Brasil. Karina Okajima Fukumitsu é a educadora dos pés descalços e psicóloga (CRP 06/43624-6), palestrante e autora de livros e artigos sobre prevenção dos processos autodestrutivos, posvenção e luto, acolhimento da vida e Gestalt-terapia. Pós-doutorado e doutorado em Psicologia pelo Instituto de Psicologia - USP. Mestre em Psicologia Clínica pela Michigan School of Professional Psychology (MiSPP-EUA). É Coordenadora da Pós-graduação em Suicidologia: Prevenção e Posvenção, Processos Autodestrutivos e Luto da Universidade Municipal São Caetano do Sul (USCS). Coordenadora, em parceria, da Pós-graduação em Abordagem Clínica e Institucional em Gestalt-terapia e da Pós-graduação Morte e psicologia: promoção da saúde e clínica ampliada da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL). Administradora do grupo do Facebook “Suicídio: Prevenção e Posvenção no Brasil” e da página “Enlutamento por suicídio no Brasil”. É membro-efetivo do Departamento de Gestalt-terapia do Instituto Sedes Sapientiae e Coeditora da Revista de Gestalt do departamento de Gestalt-terapia do Instituto Sedes Sapientiae. Acompanhe nosso Instagram @karinafukumitsu @setemvidatemjeito @raisesomosmudancas @deerfieldbeachlovers Acesse: linktr.ee/karinafukumitsu Produção: Karina Okajima Fukumitsu Edição: Dot films
More Episodes
Suicídio é perda definitiva, repentina e violenta. O enlutado por suicídio deverá lidar com o nunca mais: essa é a trágica situação dos sobreviventes, ou seja, das pessoas impactadas pelo suicídio. O nunca mais pode apavorar. O nunca mais corrói a alma. Sem a vida daquele que partiu, o amor não...
Published 06/27/21
Published 06/27/21
É no processo de morrência que mora o silêncio e o isolamento. Isabel Allende escreveu uma frase que me toca muito: “Silêncio antes do nascer, silêncio depois da morte, a vida é puro ruído entre dois silêncios insondáveis”. Acompanho pessoas em intenso  sofrimento, a ponto de pensarem na morte...
Published 06/13/21